quinta-feira, 18 abril

Conheça três histórias incríveis de quem só conseguiu mudar o estilo de vida porque contou com a ajuda do cônjuge
Por Agatha Lemos
Mesmo que não queira, você vai se cobrar! Talvez esta afirmativa seja somente uma premissa. Talvez. Sinceramente, a maioria de nós se cobra em um ou outro aspecto da vida. Em dias de alta tecnologia, ainda mais, pois o bombardeio de imagens, conceitos e receitas é gratuitamente exposto e imposto.
Imposto, porque, querendo ou não, você vai entrar em contato com mensagens de saúde, beleza, estilo de vida e mais um monte de coisas que nem estava procurando, mas que estão ali, lembrando-nos a todo tempo de que já passou da hora de fazer algo para ter uma vida mais saudável.
Bom e ruim. Bom porque faz parte da reeducação a constante lembrança, ruim porque nem sempre as circunstâncias são favoráveis para a mudança de hábitos. Um exemplo de obstáculo está mais próximo do que se imagina: dentro de casa, na sala, na cozinha e até no quarto.
Seria mais fácil fazer uma dieta se seu esposo aderisse a ela também? Seria mais fácil se exercitar se sua esposa fosse junto com você? A escolha do que comprar no mercado, o horário para se deitar, se haverá ou não sobremesa… Sim! O estilo de vida pode e deve ser uma decisão em família!
Conheça agora três histórias inspiradoras de homens e mulheres que fizeram do amor uma grande ferramenta para ajudar o cônjuge a viver melhor.
Dilson e Débora
O publicitário Dilson Castro e a fonoaudióloga Débora Schimitz, conhecidos como Ministério D&D, pois são cantores de música cristã, enfrentaram um grande desafio quanto à saúde.
Dilson chegou a pesar 130 quilos, ocupando a marca de obesidade grau três. Ele nos conta que já estava acima do peso quando começou a namorar a Débora, em 2011. “Eu realmente comia muito. Não vou dar desculpas de que engordei por predisposição genética, ou qualquer outra coisa. A verdade é que eu comia muito”, admite.
O apetite avassalador de Dilson decorria de ele morar sozinho, trabalhar muito e, solteiro, não ter uma rotina definida. “Em 2005, me formei na faculdade. Em 2009, já estava acima do peso, pois chegava em casa à noite e pedia um lanche. Mais tarde comia pipoca e tomava dois litros de refrigerante. Eu também não tinha hora para dormir, era muito intemperante”, explica o cantor.
Dilson percebia que engordava, mas não o bastante para afetar sua autoimagem. Namorando também uma cantora, o casal fazia várias apresentações fora de casa, o que redundava em refeições também fora de casa. De acordo com Débora, durante a semana ela até conseguia malhar e manter uma boa alimentação, contudo, aos fins de semana, ela e Dilson comiam de maneira errada.
O problema é que, apesar das razões, justas ou não, cada pessoa leva para o casamento seus hábitos de vida. E com eles não foi diferente: “Em 2013, nos casamos. Como a gente sempre comeu fora, decidimos mudar um pouco, tentar comer mais vezes em casa. Propus um estilo de vida mais saudável, reduzindo o açúcar e o refrigerante, mas o Dilson não gostava. Começamos a brigar por isso, então passei a não forçar mais, pois percebia que ele ainda não estava pronto”, declara Débora.
Em seu primeiro ano de casamento, o casal foi morar na Bahia, onde, segundo Dilson, era ainda mais difícil tentar se abster de alguns alimentos, pois a comida da região é bastante convidativa.
Em 2014, a Débora começou a “pegar no pé” do marido. Preocupada com o peso dele, observou que sua numeração de roupa aumentava e que ele compensava a ansiedade na comida. Ela também já não malhava mais, não havia estímulo e, como recém-casados, preferiam ficar em casa.
Em 2015, uma proposta de trabalho os levou para Jacareí, no interior de São Paulo. Mais viagens, mais compromissos, mais comida, menos exercício. A equação do sedentarismo estava crítica. “Se você olhar para mim hoje e me comparar comigo mesmo no DVD Adoradores, vai ver a diferença. Foi a partir da minha aparência que comecei a me incomodar”, revela Dilson.
Esteticamente, Dilson não estava satisfeito. Após muita insistência da esposa, ele foi ao médico e descobriu que estava com vários problemas de saúde. “Comecei a testar dietas, até chegar à dieta HCG, que se utiliza de hormônio feminino. Ela foi recomendada pelo médico e incluía apenas 500 calorias diárias num período de 40 dias. Eu realmente emagreci, foram 10 quilos em apenas 15 dias. Mas os efeitos colaterais foram terríveis, porque a abstinência da comida me deixava impaciente e mal-humorado, abalado psicologicamente.”
Se nos primeiros 15 dias Dilson emagreceu, em apenas mais 15 ele engordou o dobro do que havia perdido, e ele explica: “Eu queria emagrecer, mas não queria mudar meus hábitos de vida.”
Em 2016, foi o ponto da virada. Sem saber por onde tentar ajudar o marido, Débora o convenceu a passar por um médico cardiologista e metabologista, cujo método parecia interessante. Dilson aceitou, afinal ele estava prestes a gravar outro DVD e estava preocupado com o próprio visual.
Com uma bateria de exames e resultados nada agradáveis, o médico logo lhe avisou: “Se você continuar assim, seu tempo de vida será de 10 a 15 anos, caso não tenha um infarto antes. Sua idade (32 na ocasião) ainda o favorece, mas em cinco anos seu corpo vai cobrar alto pelo estilo de vida que tem levado. Acho mais fácil e mais barato você cuidar da saúde agora do que ter uma doença grave ou deixar sua esposa viúva.”
35 Kg em quatro meses
“Todos os dias quando acordo eu olho para o lado e não acredito na esposa que tenho. Temos muitos planos para o futuro, e isso inclui ter um fi lho. Ao ouvir o médico me dizer que tudo poderia, de repente, acabar, entendi que eu precisava muito mais do que um bom visual para o DVD, eu precisava pensar na minha sobrevivência.”
Gordura no fígado, início de gota, colesterol ruim elevado, má circulação, estado pré-diabético… uma situação que agora faz parte do passado. Com uma dieta mais racional, baseada em 1.400 calorias por dia, o médico orientou Dilson a manter uma expectativa normal de emagrecimento.
Com os cortes necessários e uma rotina de exercícios físicos, Dilson conseguiu perder 35 quilos em quatro meses. Bem, na verdade foi um pouco mais complicadinho do que isso. “No primeiro mês, foi mais difícil, porque eu via a Débora comer coisas que não faziam parte dos grupos alimentares que eu deveria consumir. Felizmente, eu tenho uma parceira e tanto, que entendendo minha dificuldade, aliou-se a mim nas mudanças.”
Além de deixar de comer muitas guloseimas, Débora selecionou um cardápio para Dilson, respeitando os grupos, calorias, peso (comprou uma balança culinária para pesar os gramas) e o principal, o gosto dele, variando as opções para que ele não enjoasse. Pesando tudo, partindo o necessário e comendo o mesmo que ele e na mesma proporção, o casal prosperou.
Hoje malham juntos e desfrutam de um estilo de vida saudável juntos. “A diferença entre fazer uma dieta e mudar os hábitos é gritante. Hoje, eu tenho mais disposição, não sou tão sonolento. Meu ronco diminuiu e minhas roupas caíram do número 52 para o 46. Perdi muitos quilos, gravei meu DVD mais magro, mas o mais importante é que a minha relação com a comida mudou. A comida não é apenas fonte de prazer. Ela é prazer, sim, mas é antes nutrição para viver. O que começou como sacrifício, hoje é hábito. O que começou como dieta, hoje é para a vida toda”, conclui Dilson.
Letícia e Marco Aurélio
Quem mora na região de Curitiba, com certeza já ouviu falar da Equipiazza, assessoria esportiva que atua auxiliando quem deseja alcançar novas metas pessoais atingindo um nível maior de performance e bem-estar.
Com ênfase na corrida, a Equipiazza tem mais de 100 integrantes, tanto atletas amadores quanto profissionais. O que pouca gente sabe é que a estrela da casa, Letícia Saltori, é uma grande campeã descoberta e aperfeiçoada pelo esposo, Marco Aurélio Piazza. Tudo começou lá atrás, no ano de 2005, quando Letícia era uma jovenzinha batalhadora. Letícia não corria nem nunca havia pensado em correr. Trabalhando como home care, ela era uma menina como as outras, mas com um tremendo potencial a ser revelado.
Casualmente, certa manhã em que Marco Aurélio ia para o quartel, ele decidiu falar com Letícia. O contato inocente se tornou namoro. Nessa época, Marco Aurélio já participava de competições de corrida. Em 2001, ele havia feito sua primeira prova.
Quatro anos depois, ele continuava correndo pelo Exército e continuava, nos fins de semana, levando a namorada para acompanhá-lo e torcer por ele. Esporadicamente, Letícia treinava junto. Em 2006, ela foi inscrita em uma prova, surpreendendo a todos com o segundo lugar na categoria geral. Mesmo assim, Letícia ainda não via o lazer como possibilidade de profissão. Estudante do Ensino Médio, era considerada uma “atleta de fim de semana”.
Foi em 2007 que as coisas começaram a mudar e Letícia passou a treinar para valer. Seus resultados, bem como sua melhora de tempo, tornaram-se cada vez mais expressivos. Os primeiros 10 km foram realizados em 50 minutos. Após três meses, o mesmo percurso já estava sendo feito com oito minutos a menos, ou seja, em 42 minutos.
Em 2008, Letícia começou a competir mais acirradamente, destacando-se a ponto de ser convidada pelo Clube Pinheiros, em São Paulo, onde ela treinou na mesma pista que Roseli Machado, campeã brasileira da Corrida Internacional de São Silvestre do ano de 1996. A elite do atletismo brasileiro saía dali – referência e base nacional.
Durante aquele ano, Letícia fez muitas conquistas e ganhou experiência, conseguindo reduzir ainda mais sua marca dos 10 km: de 42 para 37 minutos. Ela estava amadurecendo no esporte e entrando em contato com pessoas que poderiam lhe abrir portas. Entretanto, algo a deixava dividida. Vendo Marco Aurélio apenas uma vez por mês, ela optou pelo relacionamento e retornou ao Paraná. Ali, conseguiu patrocínio para estudar Educação Física e manter vivo o sonho de continuar correndo.
Em 2010, Letícia passou a competir pela modalidade “Corrida de Orientação” – treino meio militarizado. Por dois anos, ela insistiu com treinamentos exaustivos a fim de conseguir uma vaga como atleta da Marinha, objetivo alcançado em outubro de 2012. Em 2013, Letícia e Marco Aurélio se casaram.
Mais longe do que se pensava
Ao praticar atletismo, Marco Aurélio jamais imaginou que um dia teria na esposa sua maior companheira de corrida. Digamos que Letícia correu mais do que ele imaginava.
Em 2014, Marco Aurélio e Letícia abriram uma assessoria esportiva, a Equipiazza, citada anteriormente. A antiga atleta de fim de semana teve toda a vida reconfigurada pela corrida. O até então namorado não poderia prever que sua esposa seria sua sócia e a grande marca do seu negócio.
Aquela menina do Ensino Médio, que treinava vez ou outra para acompanhar o namorado, conta atualmente com títulos incríveis! É, ela faz bonito ao representar a Marinha brasileira. Letícia já foi décimo lugar mundial em “Corrida de Orientação” militar, na Suécia. Veja algumas de suas conquistas:
[box-destaque cor-box=”#f3e7ba”]- Bi-Campeã paranaense dos 10 km nos Jogos Universitários
– Bi-Campeã brasileira dos 10 km nos Jogos Universitários
– Vice-campeã sul-americana de Corrida de Orientação, no Uruguai
– Campeã dos 23 km do Deserto do Atacama, no Chile
– Campeã Mizuno Uphill 2014 – 42 km
– Campeã Wings For Life 2016 – 51 km
– Campeã e única mulher a chegar ao Desafio Samurai – Mizuno Uphill (25 + 42 km).[/box-destaque]
E tem muito mais! Isso é só um pouquinho do que se tornou a vida de Letícia a partir do momento em que Marco Aurélio a convidou para correr, dez anos atrás, como simples companhia. A rotina do casal se mantém unida e com bastante disciplina: de segunda a quinta, eles se levantam às cinco da manhã e se preparam. Às seis e meia saem para treinar seus alunos da Equipiazza. Às dez da manhã é hora de eles mesmos treinarem. A dieta é regrada e montada com acompanhamento nutricional.
Ele é pura motivação
“Treinamos todos os dias, lado a lado. Eu viajo muito para campeonatos mundiais; fico fora por bastante tempo. O Marco Aurélio entende e me apoia. Ele é muito forte por suportar a saudade sem me cobrar nada. Ele é pura motivação”, derrete-se Letícia.
Marco Aurélio, além de educador físico, continua correndo. Mas ele dedica grande parte do seu tempo à Equipiazza, empresa que já faz parte do cenário curitibano de atletismo. Sobre Letícia, ele não economiza elogios: “Reconheço que eu corro bem, mas a Letícia é fenomenal. Ela nasceu para correr”, finaliza.
O nome de Letícia Saltori e da Equipiazza percorrem o Brasil e o mundo. Ela agora se prepara para estar nas Olimpíadas de 2020, no Japão. Que tal você chamar seu companheiro para praticar exercícios? Vocês podem se surpreender também.
Everton e Kátia
Everton Padilha Gomes é um renomado cardiologista em São Paulo. Recentemente, ele foi alvo da grande imprensa, dando entrevista a programas de TV e outras mídias. O motivo? Everton concluiu um estudo intitulado Advento-Incor, em seu doutorado em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
O estudo, feito a longo prazo, teve como proposta analisar o estilo de vida do adventista do sétimo dia e a prevalência de fatores precipitantes de doenças crônicas, especialmente cardiovasculares. Os resultados dos que seguem a orientação do estilo de vida adventista, incluindo o vegetarianismo, foram comparados com os de pessoas não adventistas (confira mais informações aqui).
Pesquisas nos Estados Unidos já haviam mostrado que os fiéis adventistas que seguiam as recomendações de saúde da igreja, como alimentação balanceada e exercício físico, viviam até dez anos mais que a média dos americanos. Everton reproduziu a pesquisa americana em São Paulo com 1,5 mil adventistas, com idades entre 35 e 74 anos.
Os participantes foram divididos em três grupos: vegetarianos estritos, ovo-lacto-vegetarianos (vegetarianos que comem ovo e tomam leite) e pessoas que comem carne.
O grupo dos vegetarianos obteve as respostas mais significativas: redução de 10% da medida da cintura e colesterol total 10% menor. Os índices que indicam maior predisposição ao diabetes e alterações nos vasos sanguíneos foram animadores: 20% a menos.
Everton aproveita os dados para reforçar que “o mais importante é aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras dentro da nossa alimentação, e que os vegetarianos tenham uma dieta equilibrada”.
No início da pesquisa, ele ainda mantinha os mesmos hábitos, até que, pouco a pouco foi se rendendo: “Ou eu permanecia com autojustificativas (mas eu gosto de verduras; eu também como coisas saudáveis e rejeito alimentos gordurosos; mas eu não tenho tempo para fazer exercício físico, etc.) e depois sofria as consequências de um estilo de vida inadequado, muitas das quais eu já estava começando a padecer, ou eu me rendia diante das evidências”, confessa.
Felizmente, Everton optou pelo caminho mais trabalhoso, mas também mais compensatório. A dedicação ao estudo Advento foi o grande confronto de que precisava. Seus 128 quilos e índice de massa corporal 41 passaram a incomodar mais do que antes, bem como a preocupação em assumir um discurso médico que coincidisse com suas práticas pessoais de saúde. “Posso dizer que ‘tirei a poeira’ de muita coisa que sabia da medicina e de muita coisa que sabia pela igreja adventista, mas não aplicava”, constata.
Exemplo vivo
A partir da decisão por um novo estilo de vida, Everton afirma que não foi necessária nenhuma fórmula mágica nem dieta especial: “Uma dieta regular de três refeições diárias compostas por alimentos simples; excluí o açúcar e a maioria dos refinados.”
As horas, após o trabalho, gastas com a leitura de e-mails, redes sociais ou Netflix foram substituídas pela esteira. “Não foi fácil, especialmente no primeiro mês. O espantoso é ver que o organismo realmente é dependente de algumas coisas. Inicialmente, eu me sentia sem forças. Depois foi ficando mais fácil. Hoje em dia, sem exagero, sinto até enjoo com o cheiro de determinados alimentos.
O meu paladar ficou mais apurado. Enfim, sinto que meu organismo está funcionando melhor. Em três meses, meus exames clínicos mudaram significativa e positivamente. Nem nos meus pacientes, que fazem uso dos medicamentos mais sofisticados vi algumas das mudanças que experimentei”, ressalta Everton.
O cardiologista Everton Padilha perdeu quase 50 quilos em um ano. Enquanto aplicava a pesquisa aos voluntários, ele mesmo passava pela maior experiência. Atualmente, ele sente mais liberdade em aconselhar os pacientes, pois eles veem a diferença na vida do próprio médico.
O afago por trás do desafio
Cada passo rumo a um estilo mais saudável só foi dado porque Everton recebeu apoio familiar, em especial de sua esposa Kátia, que passou a criar cardápios atrativos com alimentos nutritivos. “Ela praticamente reinventou a roda”, declara o autor da pesquisa Advento.
E o processo de mudança de hábitos é tão interessante que contagia. Em agradecimento ao cuidado da esposa, Everton passou a postar as receitas culinárias nas redes sociais, ação despretensiosa que gerou vários seguidores. Até seus amigos de plantão começaram a fazer um tipo de “clube do prato saudável”, cada um levando algo diferente e benéfico à saúde.
Nem balão gástrico nem cirurgia bariátrica nem a ingestão de anorexígenos. E nada de efeito sanfona! Nem uma palavra, mas um grande exemplo! Tudo só foi possível porque a esposa o tomou pela mão e caminhou com ele o trajeto da vida saudável. “Em cada etapa contei com a alegria da minha família e a admiração dos meus filhos”, resume Everton.
Trabalho em equipe
Nas três histórias, não dá para saber quem melhor se encaixa no papel de protagonista: se aquele que venceu a si mesmo e, com coragem, iniciou um novo estilo de vida, ou o cônjuge, abraçando juntamente a causa.
O mais importante é poder compartilhar o fato de que a caminhada fica mais leve quando é feita em dupla.

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