terça-feira, 19 março

A filosofia editorial da revista Vida e Saúde se destaca sob alguns aspectos, mas especialmente porque os pilares de sua abordagem sobre a prevenção que leva à longevidade saudável são temas que ganharam notoriedade muitas décadas depois de ela já vir anunciando determinados requisitos para se obter a boa saúde.

Promover a saúde por meio da reeducação dos hábitos sempre foi sua proposta. Baseando-se em oito remédios naturais: alimentação vegetariana, exercício físico, água, ar puro, luz solar, abstinência de coisas nocivas (álcool, fumo e outras drogas, além de vícios e sentimentos ruins), repouso e confiança em Deus, a revista se propõe a difundir um estilo de vida tão saudável quanto simples.

Alertar a sociedade quanto aos riscos da destruição do planeta e promover atitudes que protejam as pessoas, os animais, os rios, as fontes de água, o ar, as florestas também faz parte do seu conjunto discursivo sobre medidas preventivas de saúde.

A revista Vida e Saúde parte do princípio de que a saúde é muito mais que a ausência de doença. Antes, a saúde é um estado de bem-estar integral, em que vários fatores concorrem para esse fim.

Com base nesta filosofia, em 1939, quando a obesidade ainda não era um problema de saúde pública nacional e internacional, a revista já tratava desse assunto. No mês de setembro do referido ano, uma matéria de duas páginas convidava: “Combatamos a obesidade!”.

Considerando a atualidade do tema, torna-se intrigante o fato de a revista ter começado a explorar o assunto há 80 anos. Atualmente, a Organização Mundial de Saúde aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.

A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade no mundo pode chegar a 75 milhões, caso nada seja feito.

Ainda em 1939, no mês de maio, a revista explanou o valor nutricional e até medicinal das frutas. “Naquela época ainda não conhecíamos flavonoides, fitoquímicos, antocianinas e antioxidantes. Reconhecia-se que a uva fazia muito bem, mas desconhecia-se o resveratrol, que combate radicais livres e faz da uva um alimento nutracêutico, ou seja, que além de nutrir também age como remédio, principalmente para o coração. O mesmo se pode dizer sobre o tomate e a melancia, ricos em licopeno, outro nutracêutico que previne o câncer de próstata” (VIDA E SAÚDE, julho de 2013, p. 8-9).

O movimento para o corpo também desde cedo ocupou as páginas da revista Vida e Saúde. Muito antes de as academias se tornarem parte tão comum do cenário urbano, a edição de novembro de 1939 apresentava uma matéria com o título: “Exercícios para pessoas de vida sedentária.” A autora da matéria dizia que “a pessoa de vida sedentária envelhece rapidamente por falta de exercício. Os primeiros sinais de velhice são músculos flácidos, estômago protuberante e peso excessivo”. Dizia ainda que “o coração só é fortalecido quando usamos a musculatura do corpo”. Isso está na página seis daquela edição, ilustrada com vários movimentos para deixar o corpo em forma.

Tudo isso é no mínimo intrigante, não é mesmo?

Outro ponto em que a revista se destaca se deve aos seus colaboradores. Textos e reportagens são assinados por especialistas, mestres e doutores em saúde. Já os editores estão em constante aperfeiçoamento no que diz respeito ao jornalismo em saúde, buscando a melhor adaptação dos textos a fim de que os mesmos sejam compreendidos em diversos contextos e por diferentes classes.