sexta-feira, 06 dezembro

Recentemente, a famosa revista The Economist destacou a longevidade e a saúde dos adventistas do sétimo dia. A reportagem citou as chamadas blue zones, como já havia acontecido em uma matéria da revista National Geographic, de 2005, e em um programa de TV brasileiro na época apresentado pela jornalista Ana Paula Padrão. Alguns dias depois da exibição da reportagem, entrevistei a Ana Paula e perguntei-lhe o que mais havia chamado a atenção dela quando esteve na cidade de Loma Linda, na Califórnia, e conversou com adventistas longevos e saudáveis. Ela me disse que duas coisas haviam chamado bastante sua atenção: a primeira, é que os adventistas de lá se dão bem com os vizinhos e têm bom relacionamento familiar; além disso, cuidam da saúde e muitos deles são vegetarianos. 

A The Economist destacou praticamente as mesmas coisas ao mencionar os adventistas de Loma Linda como uma das populações mais longevas do planeta. Mas será que saúde e vida longa (até dez anos a mais que a média da população) são privilégios exclusivos daquelas pessoas? Claro que não! Isso geralmente funciona para todo aquele que quiser colocar em prática os chamados “oito remédios naturais” ensinados por Vida e Saúde há mais de oito décadas – água, luz solar, ar puro, exercício físico, repouso, alimentação o mais natural possível, temperança e confiança em Deus. 

Se você é nosso leitor há algum tempo, já sabe que todos os meses publicamos artigos, reportagens e entrevistas que têm como base a filosofia de vida dos oito remédios naturais, que têm beneficiado muitas pessoas ao longo dos anos. O senhor Cesar José dos Reis é uma delas. 

No mês de março, a história dele se espalhou pelo Brasil, graças a uma reportagem exibida em um canal do YouTube da cidade de Indaial, SC, onde ele mora há 21 anos. O senhor Cesar nasceu no dia 2 de fevereiro de 1933, em Pedra Azul, MG, perto da divisa com a Bahia. Foi comerciante por muitos anos, trabalhou na lavoura, teve loja de eletrodomésticos, e tem três filhos médicos, um dos quais, inclusive, vive em Loma Linda. 

Há 59 anos ele pratica exercícios físicos. “Comecei com a caminhada, pois percebi nas entregas que fazia de porta em porta que eu não estava bem fisicamente. Fiz muitas entregas em uma noite e fui dormir bem cansado. Então, o desejo de melhorar para não passar por aquilo novamente foi forte. Depois li a história de uma senhora cardíaca cujo médico mandou fazer caminhada. Tempos depois, com 93 anos, ela já tinha uma medalha da corrida dos idosos. Isso me motivou.” 

Hoje faz mais de 50 anos que ele pratica caminhada e exercícios, e diz se sentir “maravilhosamente bem”. Prova disso é que consegue fazer até 50 flexões! E aconselha: “Quem quiser começar, faça devagar no início. Faça cinco flexões.” 

Cesar levanta as quatro horas da manhã, faz sua leitura, medita em algum texto bíblico, canta dois hinos religiosos e faz oração; depois disso come um lanchinho leve e vai para a caminhada. Volta para casa, come frutas e cereais e, depois, se dirige à academia para fazer musculação. Faz muitos anos que ele frequenta a academia, e justifica o hábito: “A pessoa de idade tem que ter massa muscular. Com a musculação, fortaleço os braços e outros músculos. Com as caminhadas, fortaleço as pernas.” Em seguida ele cita: “Diz certo provérbio que quem não luta pelo futuro que quer, tem que aceitar o futuro que vier.” 

Cesar não toma sorvete nem refrigerante, mantém uma horta e come muita verdura e muitas frutas. “Como taioba, ora-pro-nóbis… Inclusive nem uso óculos, e creio que isso é por causa da minha saúde. Crio minhas galinhas e como ovos cozidos.” 

Às 15 horas, ele come uma fruta, e vai dormir por volta das 20 horas, para poder acordar às 4 horas da manhã. Acorda alegre e em condições de estudar a Bíblia e conversar com Deus. 

Ele diz mais: “Antes da caminhada eu coloco em um copo d’água duas colheres de chia, uma colher de pólen, uma colher de açafrão e duas colheres de sopa de mel de abelha. Todos os dias, quando chego da academia, como um pouco de arroz com feijão, verdura, brócolis, couve, às vezes uso folha de taioba. Além disso, tomo sol todos os dias, de 10 a 20 minutos, sem camisa; já é o bastante para não ter problema de câncer de pele. Graças a Deus e ao meu estilo de vida, mesmo aos 90 anos tenho muita qualidade de vida. Claro que saúde não é tudo, mas tudo sem a saúde não é nada.” Os filhos do senhor Cesar lhe pediram que parasse de viajar, por isso ele só dirige dentro dos limites de Indaial. Ele costumava sair para pregar em muitas igrejas em outras localidades. Tem vários sermões preparados e ministra estudos bíblicos há anos. “Isso ajuda a preencher meu tempo e me dá muita alegria. Atualmente estudo a Bíblia com cinco pessoas”, conclui.

Michelson Borges

Jornalista, pós-graduado em Biologia Molecular e editor da revista Vida e Saúde 

 

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