O que se sabe sobre o vírus que dominou o mundo; fique por dentro das principais informações sobre as novas variantes e a eficácia das vacinas para essas mutações Liziane Conrad Costa
A convivência com uma pandemia global tem gerado muitos questionamentos. Novas variantes têm surgido com certa frequência, nos envolvendo em um cenário de muitas incertezas e preocupações. A facilidade de disseminação do vírus se dá em virtude de o contágio ocorrer por meio de gotículas e partículas virais liberadas no ar quando a pessoa infectada respira, fala, ri, canta, tosse ou espirra.
Um vírus mutante
O vírus Sars-CoV-2 já tem causado danos à humanidade há quase dois anos. Afinal, quais são as características que têm facilitado a sobrevivência dele em diferentes locais e climas? A primeira “vantagem” que confere ao novo coronavírus rápida disseminação está em sua forma de transmissão, que se dá por gotículas da boca ou do nariz que se espalham quando alguém contaminado fala, tosse ou espirra.
Além da forma de contágio, outro fator que tem favorecido a permanência do vírus é sua capacidade de sofrer mutações. Desde que foi identificado na cidade de Wuhan, no fim de 2019, o vírus Sars-CoV-2 foi sofrendo transformações e à medida que ia se espalhando pelo mundo foi acumulando pequenas alterações em seu material genético até que, em certo momento, agrupou exemplares semelhantes entre si, mas com diferenças em relação ao vírus original, dando origem a novos exemplares.
Variantes do Sars-CoV-2
Todos os vírus precisam utilizar a maquinaria da célula hospedeira para poder fazer sua replicação (cópias de si mesmo). Toda vez que eles se replicam, estão sujeitos a erros que podem promover alterações em seu código genético.
Isso resulta em vírus semelhantes, mas não em cópias exatas do vírus original. Esses erros no RNA viral são chamados de mutações e os vírus com essas mutações são chamados de variantes. Um grupo de variantes, dentro de certa linhagem que apresente as mesmas características, é chamado de cepa.
O local em que essas mutações acontecem no código genético viral é determinante para compreender se uma nova variante carrega novas características de virulência, como resistência aos anticorpos ou outra estratégia de escape do sistema imunológico. No caso do coronavírus, essas alterações estão sendo acompanhadas praticamente em tempo real.
De dezembro de 2019 até março deste ano, 359 linhagens do novo coronavírus foram catalogadas pelo sistema de classificação Pangolin. No Brasil, até 28 de junho de 2021 foram detectadas 37 linhagens do vírus Sars-CoV-2.
Como a vacina gera imunidade O estímulo necessário para nossa proteção
Produção imunológica
2. Essa inflamação pode ou não ser perceptível e faz parte do processo de imunização. Como o músculo do braço é o primeiro local de ação das células de defesa, ocorre uma pequena inflamação.
3. Nesse momento, são ativadas as células macrófagas e as células dendríticas, existentes na pele .
4. A vacina ensina o sistema imunológico a entender que o coronavírus é uma ameaça e, assim, pode combater o invasor.
Primeira barreira: produção de anticorpos.
5. Os macrófagos e as células dendríticas ativam os linfócitos T.
6. Os linfócitos T estimulam os linfócitos B a fabricar os anticorpos específicos contra a Covid-19.
7. São os anticorpos que vão impedir que o vírus entre na célula.
8. Os anticorpos se conectam a uma parte da estrutura do novo coronavírus denominada ligantes (RBD, Receptor-Binding Domain) e impedem o vírus de se ligar aos receptores nas células humanas (enzima conversora de angitensina 2 [ACE2]).
9. Quando o corpo recebe uma carga viral muito grande, o sistema imunológico pode não bloquear totalmente o ataque do coronavírus.
Segunda barreira: resposta imune celular .
10. Outros linfócitos T reconhecem as células infectadas e as eliminam, impedindo que o coronavírus se multiplique
11. É normal que exista uma queda na quantidade de anticorpos depois de algum tempo da aplicação da vacina.
12. É por causa da resposta imune celular que o organismo gera mais anticorpos, caso o coronavírus seja detectado novamente no corpo.
Quem já teve Covid-19 pode ser reinfectado por uma nova variante?
1. Infelizmente, a resposta é sim. Quem já contraiu a doença pode, sim, ser contaminado por outra variante. Por isso, quanto mais imunogênica for uma vacina, ou seja, quanto mais ela ativar resposta imune das diferentes células e proteínas do sistema imune, melhor.
O artigo “Evidência genética e resposta imunológica do hospedeiro em pessoas reinfectadas com Sars-CoV-2”, publicado na revista Emerging Infectious Disease indica que uma primeira exposição à Covid-19 em casos brandos ou assintomáticos pode não produzir resposta imunológica eficiente e, portanto, a pessoa pode se reinfectar, inclusive com a mesma variante. A segunda infecção pode provocar sintomas mais fortes do que a primeira, indica o estudo. O estudo mostra ainda que a reinfecção pode ser mais frequente do que se supõe.
2. Mas por que isso acontece? Como visto anteriormente, os vírus sofrem mutações e pode haver alterações em algumas de suas estruturas.
3. Uma vez que o vírus tenha ligantes livres, pode vir a se “conectar” à célula-alvo e conseguir entrar, iniciando o processo de infecção.
4. Os ligantes em azul (por exemplo) ficaram livres para se conectar à célula-alvo e promover a doença.
Imunidade coletiva (de rebanho)
A imunidade coletiva (ou de rebanho) é a proteção indireta que ocorre quando cerca de 70% da população possui anticorpos contra um agente infeccioso (induzida por vacinação ou adquirida por contato direto com a doença). Isso significa que mesmo as pessoas que não foram infectadas e não possuem anticorpos podem ser protegidas porque as pessoas ao seu redor, que são imunes, atuam como escudo reduzindo ou impedindo a circulação da doença. Veja ao lado um esquema que ilustra a importância da imunidade de rebanho.
No caso dos vírus, como o Sars-CoV-2, se não houver um hospedeiro, eles não conseguem se replicar e, após certo período, morrem. Daí vemos a importância da vacinação como um meio de impedir a circulação do vírus, minimizando o número de doentes e mortes. Por isso a vacinação global – tão rápida e abrangente quanto possível – continua sendo uma contramedida pandêmica mais relevante para reduzir o número de casos e restringir a origem de novas variantes.
Dessa forma, continuam sendo necessárias medidas de distanciamento social e de saúde pública e mascaramento. Estão sendo estudadas vacinas de reforço para as variantes, mas ainda não está claro se elas serão necessárias (global ou localmente).
Lembre-se também de que você ainda pode dar uma “forcinha” para seu sistema imunológico utilizando os oito remédios naturais.
Quando você faz a sua parte, está automaticamente zelando pela vida de outras pessoas.
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