Faça a diferença!
À semelhança de um barco sem rumo no grande oceano, milhares de pessoas não sabem para onde ir, nem o que fazer
Havia um escritor que morava numa praia tranquila, perto de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para buscar inspiração e à tarde ele ficava em casa escrevendo. Certo dia, caminhando pela praia, ele viu, a certa distância, um vulto que parecia estar dançando. Ao se aproximar, percebeu que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano.
– Por que você está fazendo isso? – perguntou ele ao jovem.
– Você não vê? – respondeu o jovem. – A maré está em baixa e o sol está brilhando. Essas estrelas-do-mar irão secar e morrer se ficarem na areia. Portanto, eu preciso fazer alguma coisa!
– Mas, meu jovem – disse o escritor, – existem milhares dessas estrelas espalhadas pela praia. Que diferença faz você jogar algumas poucas de volta no oceano? As que não forem jogadas vão morrer de qualquer forma. O jovem recolheu mais uma estrela da areia e jogou de volta no oceano. E olhando para o escritor, ele disse: “Para essa aqui, isso faz toda a diferença!”
Aquele escritor nunca refletiu tanto! À noite, ele não conseguiu escrever e muito menos dormir. Pela manhã, ele voltou à praia, procurou aquele jovem, se uniu a ele e, juntos, começaram a jogar estrelas de volta no oceano.
Os tempos modernos dão prova de que vivemos em uma sociedade marcada pelas crises e desencontros. As ruas e avenidas das metrópoles e também das pequenas cidades estão cheias de pessoas que, à semelhança de um barco sem rumo no grande oceano, não sabem para onde ir, nem o que fazer. E isso aos milhões! Suas necessidades e angústias, cada vez mais crescentes, são evidência da impotência humana diante desse quadro.
Em meio a esse caos, é necessário que alguém tome a iniciativa de ajudar. Obviamente, não se trata de assistência social paternalista, até porque as maiores necessidades das pessoas transcendem as questões materiais. Em todos os segmentos sociais, as pessoas carregam dramas que estão além dos olhos humanos. Isso ocorre no lar, na empresa, nas instituições, nas igrejas.
Dessas pessoas, muitas gostariam apenas de ouvir uma palavra de ânimo e encorajamento. Outras, talvez, estejam precisando de alguém que as valorize naquilo que fazem. Outras, ainda, por terem sido tão bombardeadas na vida, talvez estejam necessitando reconquistar a confiança própria. Enfim, são milhares dessas estrelas-do-mar que estão espalhadas ao longo da areia da praia.
Caso alguém não as tome nos braços da simpatia, da afetividade e do calor humano para devolvê-las ao oceano, elas morrerão. Olhe ao seu redor. Você consegue ver quantas pessoas estão nessa condição? Talvez, até você mesmo esteja assim. Sabe, é preciso que algo seja feito. Ah! Mas é tanta gente! Não desanime!
Você precisa fazer a diferença para alguém. Há muitas maneiras de fazê-lo: seja compartilhando alguma coisa com alguém que, em razão da crise, acabou de perder o emprego; mandando uma mensagem (Face, WhatsApp, e-mail) de incentivo para alguém em desespero; doando algo material para um necessitado; visitando um enfermo; demonstrando solidariedade a uma pessoa enlutada; enfim… São vários os meios. Lembre-se das palavras do maior Mestre de todos os tempos, Jesus Cristo: “Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes” (Mateus 25:40).
Hoje, em algum lugar, você poderá fazer a diferença para alguém.
Pense nisso!
Nerivan Silva é editor associado da revista Vida e Saúde
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