sábado, 27 julho

Perdoar faz bem

Texto por: admin 22 dezembro, 2016 Sem comentários

O perdão é o melhor antídoto para o ressentimento e o ódio

Uma das coisas mais difíceis para o ser humano é o ato de perdoar e pedir perdão. Como é difícil perdoar alguém por aquele comentário negativo que manchou nossa reputação, aquela cobrança indevida e incoerente, aquele falso testemunho que resultou na perda do emprego ou no abandono pela pessoa amada, a paternidade ou maternidade que não foi reconhecida.

Um dos relatos mais conhecidos nas Sagradas Escrituras é a oração do Pai Nosso. Nela, Jesus Cristo disse: “Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam” (Mateus 6:12, NTLH).

No campo das relações humanas, todos nós ofendemos e somos ofendidos. Você já contou quantas vezes ofendeu alguém? Parece que é mais fácil enumerar as ofensas que recebemos. As debilidades de nossa natureza parecem ser o cenário da vida em que nosso papel é de ofensores e, às vezes, de ofendidos.

Anos atrás, uma pesquisa do psicólogo David Belgum, afirmou que cerca de 75% das pessoas internadas em hospitais com doenças físicas sofrem de enfermidades cuja raiz se encontra nos problemas emocionais relacionadas à culpa ou a falta de perdão. De acordo com a pesquisa, os sintomas físicos podem ser uma confissão involuntária de culpa ou a admissão de que precisam apagar de sua mente a imagem de alguém que elas odeiam.

Os ressentimentos têm corroído as pessoas nas famílias, nas empresas e nas instituições religiosas e seculares. Friedrich Nietzche, filósofo alemão, afirmou: “Nada na terra consome mais completamente o homem do que o ressentimento.”

A psicologia moderna tem procurado conscientizar as pessoas quanto à necessidade de cultivar o amor e o perdão. Segundo ela, o ato de amar e perdoar previne as pessoas do ressentimento, força negativa e prejudicial, que ataca o coração e as artérias, arruína a saúde e tira a alegria de viver.

Dale Carnegie afirmou: “Quando odiamos os inimigos, nós lhes damos poder sobre nós – poder sobre o nosso sono, nosso apetite, nossa felicidade. Eles dançariam de alegria se soubessem o quanto nos maltratam. Nosso ódio não lhes faz mal algum, mas transforma nossos dias num tormento infernal.”

Phan Thi Kim Phuc, jovem vietnamita, desenvolveu essa consciência. Em 1972, durante a guerra do Vietnã, ela teve todo o corpo queimado quando o vilarejo de Trang Bang, onde ela morava, foi bombardeado pelos norte-americanos. Essa tragédia ficou simbolizada para sempre na foto em que ela, aos nove anos, aparece nua e horrivelmente queimada correndo em desespero pelo asfalto.

Anos depois, John Plummer, o piloto responsável por aquela tragédia, ao ver a foto, entrou em desespero e sonhava com o dia em que pudesse se encontrar com aquela jovem para lhe pedir perdão. Esse encontro ocorreu em 1996, quando, numa conferência em Washington, Kim Phuc fazia uma palestra no memorial dos Veteranos do Vietnã. Em sua fala, ela afirmou que se algum dia encontrasse o piloto que ocasionou aquela tragédia, ela lhe diria que o perdoava. Ao estar diante dela, Plummer, simplesmente, disse: lamento, lamento, lamento. A resposta de Kim Phuc foi: tudo bem, tudo bem. Eu o perdoo, eu o perdoo.

A capacidade de perdoar e de pedir perdão é evidência de que algo sobrenatural está ocorrendo em nosso íntimo. Isso é o poder e a graça de Deus operando em nós. Mais do que isso: Ele está curando o nosso coração dos males provocados pelo ressentimento e ódio contra alguém abrigados durante tanto tempo.

No entanto, para que essa cura aconteça em nós, é necessário abrir a mente para que Ele cumpra a linda promessa relatada nas Escrituras Sagradas: “Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ezequiel 36:26, NVI).

Lembre-se de que, como afirmou John Stott: “O perdão é tão indispensável à vida e à saúde da alma, como o alimento o é para o corpo.”

Nerivan Silva é jornalista.

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