sexta-feira, 19 abril

Termos negativos na infância podem criar crenças limitantes

Texto por: Michelson Borges 14 maio, 2019 Sem comentários

“Você é burro”, “você é desatento” e “olha o que fulano já fazia na sua idade” são alguns exemplos de frases que podem desenvolver crenças limitantes, ou seja, ideias que a pessoa considera como verdadeiras e que impedem o crescimento pessoal. Embora esses conceitos possam ser criados em todas as fases da vida, são mais prejudiciais quando gerados até os 11 anos, pois é a época em que a criança forma os filtros com os quais enxergará o mundo.

“Nosso cérebro está programado para considerar como verdadeiro tudo o que acreditamos, ou seja, tudo no que cremos acaba se manifestando em nossa vida”, explica Gisa Azeredo, coach e terapeuta comportamental. “Assim, se a vida toda alguém me disse que relacionamentos são difíceis, eu já terei uma resistência e pensamentos negativos ao me relacionar com as pessoas.”

Segundo a profissional, o mesmo ocorre com a criação de traumas e fobias. Exemplo é que disseram a uma criança que olhar para borboletas poderia cegá-la, desenvolvendo o medo do inseto. Porém, hoje, mesmo adulta e consciente de que isso não é possível, a menina continua temendo borboletas porque foi criado um trauma.

Vale destacar que, apesar de o contato com os pais ser maior, os pensamentos limitantes podem ser criados por qualquer pessoa, tais como professores, médicos e amigos. No entanto, ainda que uma das principais fontes criadoras dessas ideias seja a fala, elas também podem surgir a partir da observação das experiências de outras pessoas e de imposições sociais – como padrões de beleza e de vestimenta.

Para evitar o mindset (modo de pensar) limitante desde a infância, a orientação é alterar a conotação negativa das frases ditas às crianças. Por exemplo, ao invés de dizer que ela está fazendo determinada atividade errada, é possível sugerir uma mudança: “O que você acha de fazermos deste jeito?” Além disso, Gisa destaca que as comparações nunca devem ser feitas. “Dizer o quanto alguém é melhor do que a criança gera muitos traumas. Somos únicos e ninguém deve ser comparado”, completa.

Um dos caminhos para superar os pensamentos limitantes é a ressignificação. Para isso, o primeiro passo é identificar com clareza qual é a crença e, em seguida, buscar quais situações a desencadearam. “Depois, é preciso encontrar uma crença, que seja fortalecedora, para substituir a ideia limitante”, afirma a especialista. “Mas, para que o mindset seja, de fato, alterado, é necessário que essa nova crença se torne um hábito e uma verdade para a mente.”

No cotidiano, com o objetivo de mudar as crenças pessoais, Gisa destaca que é necessário querer que essas mudanças aconteçam, uma vez que elas dependem apenas da própria pessoa. “Algumas ações podem contribuir nesse processo, como acreditar que você está em evolução constante, buscar treinamentos comportamentais e terapias”, assinala.

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