Todos são bem-vindos!
Já reparou como, muitas vezes, queremos que as pessoas sejam e ajam como nós? Temos uma forma própria, com um molde que nos cabe perfeitamente. Contudo, o molde não serve no outro. Suas medidas são diferentes e, por isso, não é possível encaixá-las no meu jeito de viver, relacionar, trabalhar.
Recordo-me de quando comecei a aprender a cozinhar e minha mãe sempre ficava atrás de mim, falando: “Agora você deve mexer; olha, daqui a pouquinho está na hora de colocar a água fervente no arroz e depois abaixar o fogo.” Por mais que eu entendesse que esse era o jeito dela de me ajudar, eu ficava incomodada, pois já havia aprendido.
Ela já havia me dado as diretrizes, mas então precisava confiar em seu ensinamento e, mais que isso, precisava entender que eu daria meu próprio toque ao que ela me havia ensinado. Isso significa que aprendi com ela, mas
não significa que eu faria de maneira idêntica à dela.
Cada pessoa tem seu jeito de ser e de fazer as coisas, e deseja ser aceita como é. É claro que, com isso, não estou incentivando o comodismo. Com certeza, sempre há espaço para crescer e se aprimorar. Mas, quando queremos
mudar alguém, considerando nós mesmos um padrão irrepreensível, as coisas começam a ficar difíceis. Algumas vezes, isso pode até gerar algum atrito ou no mínimo um desconforto em quem estamos tentando “colonizar”.
A pessoa que sempre quer moldar a todos pensa que o outro é mais uma peça capaz de ser talhada, esquecendo-se de que, no fundo, somos todos pares da mesma espécie no grande quebra-cabeça da vida.
Não sei se você já se surpreendeu com pensamentos do tipo: “Como fulano pode ser assim?” Provavelmente, já tenha mais que pensado, tenha agido de modo a constranger o outro com sua recriminação velada ou explícita.
É claro que no mundo há gente que precisa de mudanças mais drásticas do que outros. Mas não podemos nos esquecer de que, se queremos uma vida melhor, as mudanças que podemos e devemos realizar devem ser em nós mesmos. Quem sabe assim sejamos uma inspiração para o outro. Contudo, não devemos nem podemos
tentar colocar um molde na vida de outrem.
Assim como a criação divina é repleta de espécies diferentes, mas que se completam, também é preciso que sejam assim os relacionamentos humanos. Além do mais, Jesus, Deus conosco, o verdadeiro molde a quem devemos imitar, Se relacionava com inúmeras pessoas sem fazer acepção de ninguém (Atos 10:34).
Que o Mestre Jesus seja nosso exemplo diário, e que possamos amar as pessoas como elas são. E ao amá-las poderemos compreendê-las, sem nos impor, mas respeitando a peculiaridade de cada um.
Elza Mendonça é formada em Administração e estudante de Jornalismo
Deixe um comentário